quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Novo antibiótico pode ser fundamental no combate contra superbactérias


Um novo antibiótico extraído das bactérias do solo pode matar uma enorme variedade de miorganismos causadores de doenças, e até agora, não foi detectada resistência nas bactérias expostas. Se a resistência se acumula, ele provavelmente vai levar várias décadas para surgir. Os resultados foram publicados na revista Nature desta semana.

Em uma crise de saúde pública global, a resistência aos antibióticos está se espalhando entre os microrganismos patogênicos mais rápido do que os pesquisadores podem desenvolver novos compostos para combatê-los. Nos hospitais, o MRSA ( Staphylococcus aureus resistente à meticilina), por exemplo, causa infecções generalizadas mortais.


Em busca de novos produtos antibacterianos, uma grande equipe internacional liderada por Kim Lewis, da Universidade Northeastern selecionou 10.000 compostos isolados de bactérias do solo anteriormente não cultivadas. Estes recursos valiosos, foram anteriormente considerados impossíveis de se cultivar, porque eles não se adaptam bem à vida em uma placa de Petri. Assim, Lewis e seus colaboradores desenvolveram o que eles chamam de iChip, que classifica as células bacterianas individualmente em câmaras, e depois o dispositivo é enterrada no solo, isso permite que as bactérias se desenvolvam em um ambiente mais natural. "Essencialmente, estamos enganando a bactéria", diz Lewis, Los Angeles Times. "Elas começam a crescer e formam colônias."

Eles descobriram um composto - chamado teixobactin, extraído de Eleftheria terrae - que provoca a ruptura ou impede a síntese das paredes das células bacterianas. Em testes com ratos, teixobactin tem mostrado ser muito letal contra bactérias, incluindo Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculose (que causa a tuberculose), e Clostridium difficile (que provoca a inflamação do cólon).

Um  antibiótico existente chamado vancomicina (usado para matar a C. difficile) opera de uma maneira semelhante, e foram necessários 30 anos para que as bactérias se tornassem resistentes a ele. A equipe acredita que vai demorar ainda mais para a resistência genética ao teixobactin surgir. Os ensaios clínicos podem começar em dois anos.


Fonte: O artigo foi originalmente publicado na Nature e baseado na publicação do site IFLScience.

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